o poema e o vate
na escuridão o poema se agiganta
no céu da alma do vate
e se faz o infinito visível
a revelar o invisível
do abstrato - vivo resgate
das horas de silêncio em que o poema não canta
o poema é segredo
desvelado na ausência
se o vate vive-lo silenciosamente
o poema é vertente
desse rio - olvidado da ciência
a velejar por entre o arvoredo do céu
(Alexandre Tambelli, madrugada de 12 de outubro de 2008.)