Eu Provei-me a Mim Mesmo

Dum jeito como se fosse

pura língua bilíngüe

que tudo tinha a aprender.

Fiz dum jeito específico,

que antes achava fatídico,

pra depois não me arrepender.

Tinha gosto salgado

que, confesso, não imaginava,

meu coração ruminava.

Dei bom dia a quem não conhecia,

enquanto banhava em bacia,

eu me abraçava.

Eu provei-me a mim mesmo

subindo para cima do céu

acabando com o marasmo

em auto-pleonasmo.

Queimei-me a mim por dentro

ao descer para baixo do inferno

eliminando meu marasmo

em puro pleonasmo.

Seco e delicado,

liso, macio trêmulo

que depois umedece.

Dente no dente,

mordida no lábio

que não esquece.

Bem por si só,

por si mesmo.

Sentir-se o ar, o pó...

A circulação adentrando a veia

uma aranha que tece,...

que cai na própria teia.

Eu provei sem atestados, sem horas, sem datas...

Sem estoques de experiência

vivendo só com minha sapiência e ciência que criei,

dos sentidos que já tinha e os que inventei.

Me enviei pelo correio, via e-mail

ganhei na loteria sem sorteio.

Conectados... Interligados...

Senti-me em cada ponta de meus membros

em cada ponta um irmão meu

senti-me em cada um, em cada todo um EU.

Eu provei-me a mim mesmo

subindo para cima do céu

acabando com o marasmo

em auto-pleonasmo.

Queimei-me a mim por dentro

ao descer para baixo do inferno

eliminando meu marasmo

em puro pleonasmo.

Eduardo F F de Abreu
Enviado por Eduardo F F de Abreu em 15/05/2009
Código do texto: T1596420
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