A MANSÃO DOS MORTOS
Dois corpos entreleçados, presas fáceis
Entregues ao pecado.
Macho, fêmea, laço e venda, almas gêmeas
E vendidas ao diabo.
Caminhando sobre pétalas, o sapato-boneca
Se perde de paixão, e no espaço entre as estrofes.
Caminhando entre os espinhos sobre uma fina-flor
De fascínio, meu olhar cego de amor se perde
Num decote.
Na licenciosa e subversiva alcova se dão fantasias
Na seda concubina do império.
Lindo e falso como todos os sorrisos, o seu ouro bandido
É banhado de bençãos do deus do adultério.
Poesia, alquimia entre palavras e sonhos;
Seus cantos e contos de fadas e fados enfadonhos.
A menina poetando e punhetando um poeta.
A lira deixando uma besta apocalíptica e quieta.
A vulva da mulher-anjo, as abelhas do jardim secreto
E a mansão dos mortos.
Um mundo sem soldados, carros e contra-mão.
Os lírios dos campos de Arcádia, Shangrilá e Sodoma.
Caminhos de pétalas e livres para a libertinagem
Em versificação.
http://reinodalira.wordpress.com