Prisioneiro
Fui detento em cárcere privado
Desafiei o poder dos pássaros
Quis voar num sonho desvairado
Despertei precisando de reparos
Ambicionei ser como o beija-flor
Sem entender que é proibido
Raptar o jardim e ter toda a cor
O pesadelo fixou-se envaidecido
Dormia ao som de roncos e rancor
Nas manhãs acordava entristecido
Só os pássaros detém o esplendor
Voam de encontro ao escondido
Não consegui curar minha louca dor
Retomei então o vôo arremetido
Para na noite arejar um sonho voador
E acordar vendo nascer um foragido