O Alívio dos Exaustos
 

E nem o mais agressivo guerreiro
suporta tantas batalhas.
Antes quer respirar a brisa fresca
que tem a paz que lhe é ausente.
Antes quer fazer jus
a uma promessa de liberdade, do que ser rei.
Quer ter asas, não para adornar,
mas para sentir o prazer do voar.
Quer amar a todos,
mas quer amar a si, pois antes se despreza.
Despreza-se por ainda estar,
por não ter alçado o voo com os fracos.
Por ser forte, ficou para o combate,
mas já não tem mais o gosto pela luta.
Quer a fúria do velho leão,
mas já sentiu o prazer do voo da águia.
Luz que rasga o céu,
luz mensageira,
leva as palavras à casa do Pai.
Diz que um filho desgarrado,
que não tem nada nas mãos
quer voltar.
Diz que de seu orgulho exausto
nasce o valor do seu pedido
de misericórdia.
Diz que O teme,
por reconhecê-Lo forte,
mas que O ama por sabê-Lo Pai.
Diz que cansou de pelejar
com sua espada,
que não almeja cajado algum,
mas almeja, antes,
que seu coração esteja
em paz Contigo.
Tesouros que a terra há de comer,
tesouros eternos do céu....
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 01/05/2009
Reeditado em 27/02/2020
Código do texto: T1569748
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