ROTAÇÃO
Avenida tão quieta!
Pedras entreabertas,
E a palavra sisuda,
Muda.
Um outono cantante
Pensamento delirante...
Sem palavras vivas...
Sina.
Entre noites corridas
De horas vagas...perdidas,
A madrugada espreguiça.
Sofrida.
Um sol que já vai alto
E aquece o asfalto...
Não há nuvem no céu!
Quietude!
Céu de azul inebriante...
Sabiá tão distante,
Canta...solto ao léu.
Longitude.
Um orvalho sangrante
Sob a flor radiante
Que pendeu sobre chão.
Solidão.
No horizonte...crepúsculo!
Cores não se misturam.
Noite cai qual um véu...
Escuridão.
Na cidade planalto
Tudo é pó...sobressalto
Verso roto no vão
Da canção...
Do silêncio que cala
Da palavra engasgada
Presa da sofreguidão,
Ilusão!
A poesia só passa
Qual a vida apressada
A dizer sempre... não.
Rotação.