VIRGINDADE AMOROSA
Teus olhos negros desencantam
Meus puros e intocados desejos,
Eles, agressivamente, desafetam
Coração nunca dantes enamorado.
Surram-me o íntimo envergonhado,
Açoitam-me a branda castidade;
Arrancam-me, sem dó, a virgindade
Ante o poder do supremo Pecado.
Olhar amaldiçoado que aprisiona
Um pobre e santo mártir
que já sofre suficientes punições;
Rogo-te piedade, jovem dona,
Peço-te da minha inocência não rir
E libertar-me de cruéis provações.
Tende piedade de mim, ó, Senhora...
(Tiago Curralo)