Do que é corruptível
Num gesto de amor uma grande paixão
A gente nasce e cresce
Mas o tempo nos torna tão desiguais
Tão desiguais
Cada um olha pra si e não sabe ver
Reconhecer o outro e vive a sufocar
Como deuses
No olimpo a brincar de campo de guerra
Intitulam-se donos do nosso destino
Despreocupados correm a terra
Montados em nossas costas
Mas nunca seremos iguais
O que é corruptível se findará
O tempo há de se encarregar
Ai, permanecerá, tão somente,
a sombra de nossos gestos.