Faltou luz à noite na cidade.
É num instante sóbrio e raro
A contemplar tímidas estrelas,
Para pensar eu paro.
Como são raros estes instantes
De sobriedade e contemplação
Destes astros vacilantes
Raros como uma noite escura
Nessa cidade gigante
Que no breu esconde sua feiúra.
E é nessa raridade que a beleza
Entra em cena para os olhos
Que fitam com firmeza.
Que querem tornar imperecível
O instante que descortina
O inalcançável e impossível.
E nesta rara sobriedade
Creio não ser exagerada extrapolação
Sonhar com a felicidade.