Como sou mulher e poeta?

Pouso em pautas, palavras aladas...

Que viajam no tempo

Como o mais doce perfume desprendido de uma rosa.

Exponho-me num livro de alvas páginas!

Sou o ato!

O delicado abrir e fechar das asas de uma borboleta!

Conceba-me neste tom, suave

Pois sou suave e mulher em todos os sentidos.

A ponto de me emocionar com os sonetos de Florbela

E sentir sua mágoa no meu mais íntimo profundo.

Meus amores se eternizam em meus versos

Que revivem a cada releitura.

Sou a razão, a loucura

A doce brisa que sopra nas manhãs de primavera...

Sou aquela que se perde mirando o céu,

Em pensamentos tantos

Suspirando com as lembranças que me surpreendem.

Sou calma de alma e de vida

As vezes, audaz e constante

Como a correnteza de um rio

Que não se pode conter...

Sou um cristal polido, trincado, partido...

Quando te confesso isso, todo encanto me salta aos olhos

E a inspiração, me toma!

E o coração dispara em estranha euforia.

Sou a própria poesia!

E quando me doo a esse meu melhor prazer

A emoção que explode

Se transformam em mil palavras, mil carícias que te abraçam!

(Marisa Rosa Cabral)

Marisa Rosa
Enviado por Marisa Rosa em 21/03/2009
Reeditado em 13/03/2014
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