Strip-tease mental,
Autor: Daniel Fiuza
20/03/2009
As portas do meu corpo se abrem
Minha vida se desnuda para a vida
Escancaro minha existência, e...
Me mostro! Como alma ferida.
Meu ego, meu id, e todo o meu ser,
As somatórias de fatos e relatos
Os sentimentos reprimidos
Tristes calados... Em desacatos.
As facetas do cotidiano, o trivial,
O mais enrustido pensamento cabal.
Em ondas telepáticas, pressinto a distância
n’uma reação telúrica pessoal
Na telemetria digital aflorada
Sinto angústia do poder e do mal.
Num “strip-tease” mental em devaneios
Meus pensamentos pingentes
Cálidos, perigosos, intransigentes
Na simbiótica paixão, justificando os meios.
Uma passagem cheia de relapsias...
Termômetro de uma grande luta existencial
Todos os gritos presos na garganta
Aliviados... Ao acaso inútil e banal.
Com um sentimentalismo carismático,
Me exponho nessa escarnada trama
Onde a realidade centralizada é obscura.
Em fluídos os fatos verdadeiros se derramam
Para afinal dizer, revertendo à chama,
Nessa sinopse cronológica e passageira,
De um ente que em vida vive um drama.