BAIXOU EM TI A SOLIDÃO
Peguei-te na virada da noite com um berro...
agora, te esquecerei por um inverno.
Mergulhei pelo outro lado da vida
-aquele lado fétido,em que te encontrei
dormindo de bruços, tutelando a masmorra.
Insultei-te... abandonei-te...
por um lapso de segundos mal tidos, amei-te!
Na solidez da volúpia,
amarrotados saímos fugindo aos olhares,
fingindo passadas calmas;
mas o joelho da máquina dobrava a velocidade
tocando os quadris convergentes,
qual, policial em guerra.
Perfilei-me acompanhar-te, qual o quê!
ventarolavas rodopiando...
levantando as saias do tempo,
soltando cerração pelas orelhas,
ascendendo cada vez mais
à centelha da virada!
-Passos de “asno tibetano” foragido!
Não por meus passos de elefante encontrar-te...
não rodopio em passos de avião.
Não posso estreitar a pressão
que te move por matagais ermos;
mesmo assim, ensurdeço aos latidos dos cães;
aos disparos das armas;
às apreensões, aos clamores...
e segues loucamente, desvairadamente,
sem comentários ou queixas.
- Apenas no outro dia
busquei o teu destino controvertido...
já eras outra geração encarnando personagens
parecendo da vida real, e novamente,
nos amamos descongestionados, destemperados...
(baixou em ti o segredo da solidão!.)