Verniz
Ao chegar a noite
Descanso na paz de minha inconsciência
Plena de infecundas prepotências
Sonho, ao sonhar que pelos anjos sonhado sou
Por debaixo da soleira da lembrança deixo-me bilhete
Sub-reptício a este sem que eu saiba
Porque no fórum, ainda durmo ante anestesia
Dos dias demarcados em gotas de instantes
Ah, sede de vivo acordar!
Apressar-me à missiva cunho pré-escrito
Cursivo de um alfabeto já coisa
No propósito lento ao entender
Agora que não penso mimeticamente
Percebo que meu coração é alcova
Ante câmaras fechadas às loucuras
Envernizadas do nobre vernáculo “ser”
Ainda não me sei
Mas sei o tanto que portanto me desprezei
Nem por isso sou de fato prefácio
Do que ainda me escreverei