Verniz

Ao chegar a noite

Descanso na paz de minha inconsciência

Plena de infecundas prepotências

Sonho, ao sonhar que pelos anjos sonhado sou

Por debaixo da soleira da lembrança deixo-me bilhete

Sub-reptício a este sem que eu saiba

Porque no fórum, ainda durmo ante anestesia

Dos dias demarcados em gotas de instantes

Ah, sede de vivo acordar!

Apressar-me à missiva cunho pré-escrito

Cursivo de um alfabeto já coisa

No propósito lento ao entender

Agora que não penso mimeticamente

Percebo que meu coração é alcova

Ante câmaras fechadas às loucuras

Envernizadas do nobre vernáculo “ser”

Ainda não me sei

Mas sei o tanto que portanto me desprezei

Nem por isso sou de fato prefácio

Do que ainda me escreverei

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 01/05/2006
Código do texto: T148736