Do outro lado da pálpebra

Gostaria que fosse

Possível abrir os olhos

E olhar a própria vida

Sem pensar que existe a dor...

Sempre parece que durmo

O sono que será eterno

Implorando pra voltar

Antes do despertar

E dizer adeus pra poder

Partir de uma vez...

Não há sorrisos, só lágrimas...

Não há felicidade,

Não enquanto formos

Tão estúpidos!

O vento atravessa

Minha própria alma

Trazendo-me segundos

De lembranças que se perderam

Ao longo da viagem.

Não há barreiras,

Estou caindo...

Talvez atinja o desconhecido.

E se assim não for,

Talvez volte com

A infeliz angústia

Do que ficou de mim,

Do outro lado da pálpebra...