Máscara.
Máscara mal dita...
Em si pejorativa.
Que mal há usá-la?
Por que negá-la?
Ocupa um lugar necessário
que cobre e vela a carência.
Insegurança compensa
no ser que chora que ri.
Resta saber: quantas temos?
Quem as veste? quem se esconde?
Numa delas, força tamanha e estranha
me acompanha...
Me esconde, desde sempre me revela.
Como alma a carrego...solta, leve, densa, tensa.
Podem ser muitas, inúmeras.
Nem sei se sinto ou se penso,
Tanto faz.
Ela apenas traz
espaços e tempos de ser,
estar, intuir, criar, sonhar, sofrer, amar,
transgredir, perdoar, rever, retomar.
Máscaras, almas, eus...
Quem sou eu?
Quantos sou?
Hera, Afrodite, Narciso,
Eros, Orfeu, Prometeu.
Encaro-os de frente
como quem não sente,
mas fico comigo,
medito, improviso,
no espontâneo, no impulsivo
e tranquilo, disputam quem sou.
Nous...Si só... ser Si...Sou...
Homem, mulher, bruxa ou princesa,
Fico então, com quem me sei.
Gaiô.