Rios de sangue

E a fila cresce, mais e mais das almas maltrapilhas,

buscando Luz poderosa que do ceu cai em migalhas

nutrientes, essenciais à continuidade dessa viagem

infinita, mas nem todas desfrutam a mesma miragem!

Hà risos desenfreados e tambèm meditaçao contrita,

de viajantes sem rumo, aventureiros surpreendidos,

que se avolumam como rios ao mar que arrebata,

emaranhando indiscriminadamente os desvalidos !

Rios de sangue e pedras, cristas e quedas abruptas,

esticados espelhos ou com crespas cabeleiras altas,

chegados dos jardins da doce quietude magnânima,

impregnando o tumulto com a paz de seu carisma!

Das veias do mundo antigo que futurece seus filhos

verteremos riachos singelos a dominar secretas ilhas,

que se esticam e retesam seus bicos entre mar e cèu,

parecendo o desafio natural a nos tecer com seu véu!

Mares transbordantes, em tantas avenidas salgadas,

mais e mais rios doces carecem à formula perfeita ;

quantos mais? todos, criando inundaçoes alagadas,

onde bênçaos sobrepoem brotos florindo a mata,

Rios vermelhos sangrando, alvos encerrando a paz,

azulando ao tom celeste, ao breu copiando umbais,

nas cores oscilantes conforme o diabo ou o anjo

plante a semente-brinde à Deus num imortal beijo!

Grenoble-Fr-29/04/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 29/04/2006
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