Verso com Anexo

Hoje, entre as meias verdades e a fiel insanidade

Tão desnudas, nuas e cruas plenas de intensidade

Semeia-se esse solo fecundo da mais real simplicidade

Onde se pode desvendar o espírito, o corpo e a alma

Enterramos aqui a essência que nos foi dada ao nascer

Plantada pelo esmero de uma valiosa educação a florescer

Desde o berço, para de uma vez voltar a ser e reafirmar

O valor que se pode ter em saber regar e se doar

Essa invisível presença que agora nos faz acreditar

Que é possível viver e ensinar pela poesia a amar

Não é nenhuma mera ilusão, ainda menos um impasse

É a crença soberana das orações que viraram ações

Que nos trazem e nos levam a uma suave maviosa melodia

Somente presente neste tipo estranho de súbita realização

Por dois poetas que se auto-professam na sintonia da floração

Vencidas todas as confusões que nunca passaram de sonhos

Porque não foram trabalhadas na harmonia que manda a razão

Daí que então o sonho venceu a barreira do nosso coração

E por conseqüência houve a centelha do fogo ardente da paixão

Nessa fronteira da emoção sem poder sequer chegar a viver

Sofrem da cruel solidão que maltrata, os fazendo padecer

E agora cruzam os seus olhares rumo às suas fantasias

Certos de que deram o melhor de si em favor da poesia

Que os soube saciar no meio de tanta melancolia e alquimia

Palavras, versos, textos, reflexos de inúmeras noites vadias

Eles estão de mãos e almas atadas e se despedem com maestria

Não querendo, não devendo, não desejando mais essa poesia

Que tanto os fez sonhar e desejar sem poder se tocar na essência

Sem que o verso encontrasse o abraço com o seu devido anexo

Que narra, qualifica, modifica, tonifica, une o simples e o complexo

Dueto: Salomé & Hilde

Nota: Inspirado no texto de Salomé “Verso sem Anexo” publicado em

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/1468079

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 07/03/2009
Código do texto: T1473781