Cinzas sagradas
Edson Gonçalves Ferreira
Não, não vou à igreja hoje
Cinzas não precisam ser jogadas na minha cabeça
Minha alma é um vaso repleto de cinzas sagradas
O tempo queima, sacralizando as lembranças do coroinha que fui
Arde, no meu peito, os meus passos quando era monge
Quando caminho, acompanhando os passos de São Francisco, sou
Sou consumido pelo fogo das sarças ardentes
Deus nos olha em todos os lugares
Enquanto escrevo, Ele está em cada letra
Sem Ele, minha vida não tem sentido
Sem Ele, minha vida fica sem registro
Com Ele início e será com Ele que não findarei
Mesmo quando o sol da vida queimar minha carne
Que, hoje, arde de paixão... Assim, não vou
Não vou à igreja, hoje,
Rezo com meu testemunho de homem comum
Ciente de que o Onipotente é misericordioso
O puro e verdadeiro amor.
Divinópolis, 25.02.09