MINHA ARTE DE SER...
Quero me dizer que...
Eu não sei bem o porquê
Porém hoje acordei ventando.
Me pus sol, e me ergui vento.
E ventei tão forte,
que levantei toda a poeira
escondida no tempo de mim.
Rasguei a fantasia
porque minha realidade
nunca foi carnaval.
Desvesti o nada...
E me vesti de mim!
Eu não sei bem...o porquê!
Mas eu nunca consegui ser
qualquer uma dessas
insensatas alegorias mudas
que nunca desistiram de mim.
Não me enfeito de máscaras
disformes que não me cabem.
Minha escola é genuína arte.
Arte de ser...
É por isso que vento, sendo!
Como tufões inesperados...
que vêm e vão.
Vento revolta nas minhas avenidas...
Porque na verdade
assumo que mão alguma me toca...
e nem me segura,
sequer conduz meu norte
Nem meu desnorte!
Porque , MESMO VENTO...
nos pertencemos...a nós!
Não há como fugir disso.
E se pertencer a si...é zombaria...
Não faz mal.
Passo invisível pelo nada do tudo
Mas VISÍVEL pelo todo de mim!
Porque sei ...
que deixo marcas indeléveis
no tempo
mesmo quando resolvo ser brisa...
Eu nunca soube bem...o porquê...