CAMINHADA

Riscos luminosos nas arestas do pensamento

Repouso íntegro na profecia do adágio,

Aconchego: aproximo-me do amor

Que se apresenta nos clarões de silêncio

Desenhados em meus passos tão leves

Que me fazem caminhar sobre as águas.

Poesia colhida do reflexo da eternidade

Batendo nas sombras do tempo, soprando

Nas flautas transversais sons transcendentais

Atravessando a linha do espaço para no regaço

Do ocaso abrigar a tez vermelha de arrebol.

Estranha sensação percorrendo a casa

De ser eu, por acaso uma cristalina palavra

Que venha libertar-me da dúvida trará-me

Um novo amanhecer no qual eu possa repousar

A face dos meus sentimentos que brotam

Das longínquas paisagens do “eu sou”?

Vejo riscos luminosos nas arestas do pensamento

Eles apagam as perguntas e levemente

Trazem-me repouso da dúvida.

Despertam-me em adágio matinal

Iluminando a manhã do meu imo

Com a luz de um sol Divinal.

Mergulho nos clarões do silêncio

E sendo o amor, de tão leve que estou

Vou caminhando sobre as águas...

25/04/08 18:15

Alan de Mello
Enviado por Alan de Mello em 21/02/2009
Código do texto: T1450865