VAZIO
Viajei pelo espaço
entre o tempo e a distância,
quis rever a minha infância
o meu primeiro passo
pra saber o que é que eu faço
Mergulhei no passado
e no vazio, inserido
vi um menino contido
de si, apiedado,
um silêncio calado
e um brinquedo perdido.
O pudor em redoma
o amor em clausuras
dores sem curas
por chagas abertas
e um grito de alerta
em estado de coma.
Ocos de afetos
somas de nada
uma bola furada
um prego no teto;
uma palma cravada
e um choro com veto.
Um colo ocupado
por novo rebento
um seio sedento
o outro murchado
um choro chorado
e uma falta de alento.
Voltei convencido
que não me encontrei
e hoje o que eu sei,
desse encontro havido,
é que o espaço contido
é maior que pensei.