Imago e Animae
[Imago:]
Prazer, em inoperância total
Eis que me afasto do teu abraço;
Recolhe teus laços, teus elos de aço,
E me deixa nu em dia de temporal.
E ali, sem saber sobre sossego,
Sou sombra sem sol, conforme
Aos ventos do deus disforme
Desses dias que me achego.
[Animae:]
E da imparcialidade da natureza
Aprendi do sexo em mais amantes
Que poderia ter tido quando antes
Era a distante estrela de frieza.
E, se se queima a chama dum gozo de prazer,
Eu rolo ereto em fêmeas entranhas,
E as suas partes não me são estranhas,
São luz e vida, um mundo a me comprazer.