ESPELHO CONVEXO
ESPELHO CONVEXO
Neuza Maria Spínola
Sonhei-te em sonhos um tanto dispersos,
E ao despertar fiquei muito confusa;
Tive a impressão de que olhava o teu verso,
Escrito de nós dois, como um só universo;
Reflexo de luz em espelho convexo,
Luzes que me ofuscam na escuridão;
Se acordo, nesses sonhos, sou o verso,
E só os sonhos delineiam a minha ilusão;
Sonhos leves sobre um lindo mar balsâmico,
Misturam-se entre realidade e fantasia;
Se a luz do sol, para a lua é transferida,
É para que a noite, ao amor, seja induzida.
Tudo é irreal, mas nada parece vão,
Nada surge como forma de um não;
Sonhos e ilusões que se têm na vida,
Lembranças que se foram por alguma avenida.
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