Dádiva a Ermos

Tudo o que punge a tua face

Torna-se nada, um puro vazio.

O que entorna de teu olhar sombrio

Outrora tão ameno, se enaltece.

A vida á outros olhos, tão soberba parece;

Longe deles se mortifica com receio.

Medo tens de encarar teu seio;

Que se definha em temerosa prece.

Louvo a Cora; Ecoam os murmúrios.

Deixara-me só, longe, em ermos

Campos onde a nevoa encobre.

Das terras ermas aos olhos postos

Elevam-se, em montes, tesouros;

Tapetados de prata, ouro e cobre.

Dias Wanderley
Enviado por Dias Wanderley em 12/02/2009
Reeditado em 11/10/2011
Código do texto: T1436192
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