Dádiva a Ermos
Tudo o que punge a tua face
Torna-se nada, um puro vazio.
O que entorna de teu olhar sombrio
Outrora tão ameno, se enaltece.
A vida á outros olhos, tão soberba parece;
Longe deles se mortifica com receio.
Medo tens de encarar teu seio;
Que se definha em temerosa prece.
Louvo a Cora; Ecoam os murmúrios.
Deixara-me só, longe, em ermos
Campos onde a nevoa encobre.
Das terras ermas aos olhos postos
Elevam-se, em montes, tesouros;
Tapetados de prata, ouro e cobre.