Divisor de mágoas
Remas por mágoas profundas
O que te afunda em tua própria insensatez
Acaso ancorastes tua mentira
à pergunta que te ironiza?
Coração vazio de estio no mar flutuo
Quem dera que saudades ocas assim fossem
Ao estilhaçá-las liberaria sua ausência de formas
O que me conforma é o pesar de tanta insolidez
Nada ser diante do que é mundo, disso que é desfaçatez
Do lado de cá sou margem inquieta
A me olhar em travessia
Hoje sou o que fui feito de mim mesmo
Os dias passam a remo
E eu a ermo derivo contra maré
O mar é como a vida:
Vasto e nada significa
Para quem em sua superfície nada
Para quem esquecido no porto fica