O HOMEM, UM SER IMPERFEITO, À PROCURA DA PERFEIÇÃO
Rosa Ramos Regis - Natal/RN - 2001
(Pensando com Descartes)
O bom demais, é um chato!
O malvado, causa horror!
O muito limpo, é insalubre!
O sujo!... asco e fedor.
O muito gordo é pesado
Mal consegue se mover.
E o magrinho... Coitado!
Parece estar a morrer.
E sendo o homem, em si,
o símbolo da imperfeição,
Como explicar que foi feito
ou gerado da perfeição?...
que é Deus, o Ser Maior,
o Mentor da Criação!
E que seres tão imperfeitos
vêm de Deus, do SER PERFEITO!
Como explicar isto, então?
Seria como indagar:
Como é que pode ocorrer
que um Ser Puro, Divino!
venha, por assim dizer,
deixar que parte de Si,
por menor que possa ser,
se entregue ou se perca
sem que ELE, Onipotente que é, venha a perceber?!
Ou mesmo, ainda indagando:
Que ELE perceba ou não!
E que não se abale com isso
Pois, tão pequenos que são,
Os homens não representam para Deus qualquer noção
de um ser à SI imanente!
Por que o homem, então, tem incutida na mente
de ser Seu filho a noção?
...
Mas a perfeição pensada pelo homem como sendo
O Bem... O Belo... O Claro...
Não careceria um adendo?
Pois o Perfeito pensado
Não poderia ser dado pela junção dos opostos
que: unidos e ajustados
serão, então, completados.
Deixando o TODO formado.
sem nada vir a sobrar
ou faltar em qualquer dos lados?
Côncavo e convexo, encaixados?!