O último mosaico!!!

O último mosaico!!!

Lá estava ele...poeta arcaico, laico, último mosaíco!!!

Lá estava ele... longe, perto e distante, derradeiro infante...pensando em alguém, em um lugar de ninguém, mas pulsando,vivendo, reverenciando e, sem saber, solenemente morrrendo!!!

E no segundo derradeiro daquele mundo, lá estava ele adormecendo nos ciclos, nas esferas, no silêncio quente da noite....que dirigia e à espreita, troduzia um filme celestial de Cromos, elementais ou até gnomos, em meio aos repetitivos takes, tomadas disperdiçadas ao longo dos coloridos sequenciais:

Lá estava ele em tolas telas multidimensionais, iguais pequenos e famélicos pensamentos, atos a passos lentos do teatro de cada um de nós,

E sem legenda, praticamente sem voz: lá estava ele, observando na tenda do monólogo as gotas do infinito oceano

Ato profano com apenas uma sobrevivente atriz, que escapou da hecatombe por um triz, contracenando agora infeliz, desesperada, na fantasia da tragédia.

E na comédia do Grande Amor, brilhava a estrela frágil como meretriz almejando de novo a virgindade..

Castidade de uma imagem da Flor sem cor, em nuvens outonais a principiar o interminável inverno, no corpo morto em lenta e pachorrenta decomposição!!!

Lá estava o último filho dos Versos, em idas Cruzadas em tormentosos Reversos..

Lá estava ele, Homem em tristeza aparente, em hipnose sideral, mas contendo força-motriz irreverente, à beira de uma nova transformação, soerguendo a dinastia de Aviz e misteriosamente renascendo na oração natural!!!

Lá estava ele, na dicotomia da Luz, agônico na Cruz, em prece sepulcral, colhendo Nuvens céleres, repentinas, bailarinas de um sonho perdido, dançando e espairecendo ao bulir da ilusão...

Lá estava ele, forasteiro Remoendo as Nuvens do céu de brigadeiro, calmas e tranquilas, espécie de moldura de um quadro raro e antigo na mente!!!

Lá estava ele, de repente, anjo de asa quedrada, voando cego pela tormenta da madrugada..

E ao fechar da cortina, no ápice da adrenalina...Lá está, no ato final, apenas a pobre gaivota a cruzar o destino pendente do tempo..

Lá está o vento igual záfira da estrada, ainda ao fenecer, teimando odor dos viscos , sem saber, em guardar em ondas uivantes a plena calmaria da falsa e ilusória imensidão do mar!!!

E NA LÁPIDE ESTA ESCRITA...Eu que não vivo sem você, estou morrendo a cada dia por dentro feito poeta arcaico, laico, último mosaíco ESTELAR!!!

ANDERSON, no dia 7 de setembro de 2004, uma noite de inverno cheirando a verão, em um lapso de tempo de templárias orações, onde me aproximei da estranha sensação, ao mesmo tempo, da morte e do renascimento por várias vezes, em eternos segundos das nossas infinitas vidas, guardadas em relicários intocáveis de angelicais constelações...

andyfrança
Enviado por andyfrança em 01/02/2009
Código do texto: T1416964