Universo independente

Preciso sair de cena, esvaziar minha caixa-mente. Olhar o sol poente. Desfrutar da natureza-mãe. Espalhar-me nas águas salgadas do mar. Viajar pelas ondas sem esperar nada delas. Reconciliar com as ‘minhas entranhas’. Beber ar puro. Comer pingos da chuva no final da tarde. Ouvir o frescor da brisa... Renascer a cada amanhecer. Sem prestar atenção no passar do tempo. Sem me importar com o depois do hoje. Sem esperar nada do amanhã...

Só esvaziar... Eu vou...

Vejo tanta fantasia ao redor, é só isso que vejo! O tempo todo! Como se essa necessidade pudesse suprir as outras tantas, necessárias também, eu penso. Não só para crescimento intelecto-moral. Também para tirar da inércia o Ser que precisa o tempo todo “ter”, pra subsistir, pra confiar em si, na sua própria energia vital (alma)!

Como se não soubessem viver no sossego, no silêncio. Viver com desapego, sem vaidade, sem subjetividade, sem tanta necessidade de presumir e de querer desvendar e entender tudo de si mesmo e de todos ao redor!

Sem coragem de explorar os próprios canteiros, às vezes puros, que não carecem de conselho. Estão onde estão por simples residir. Sem pressa pra chegar, sem pressa pra sair, sem pressa de nada!

Coragem... Algo que admiro muito no Ser de dentro. É Ele que movimenta o todo, em nós! Tem momentos que ele pede pausa, quer sair do estado comum, mas quantas vezes de fato Ele é ouvido?

Ele só quer quietude, mansidão, simplicidade divina... Mais nada!

Nos últimos três anos aprendi a parar de buscar respostas na cabeça das outras pessoas. Passei a escutar meus mais profundos sentimentos, aprendi a me ouvir, lentamente. Foi visitando cada vez mais as minhas partes internas que descobri que as respostas estão todas em mim, no meu Ser inconsciente...

O espaço poente, o mar, a natureza são apenas uma linha símbolo (figurada), para eu ir até onde eu já conheço, onde eu já sei o que encontrar. No melhor lugar do mundo. No centro-universo de mim mesma! É para lá que eu vou! Lá estão às respostas que o meu Eu consciente precisa e quer ouvir!

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 28/01/2009
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