PROBABILIDADES
PROBABILIDADES
Juliana S. Valis
Quando multiplico todas as probabilidades do futuro
Por todos os sonhos, de todos os tempos,
Obtenho um número complexo que não me é seguro,
No labirinto escuro de tantos sentimentos
Que os prantos e os risos se dividem no muro
Entre a emoção e a lógica, como enigmas sempre lentos
De uma resposta que não terei...
E quando tento projetar múltiplas emoções no tempo,
Como transmissões de slides de múltiplas visões,
Não consigo captar a tecnologia de qualquer sentimento,
Pois, hoje em dia, os computadores têm tudo, exceto corações,
E as versões, no ápice da alma, de um software - engajamento
Nunca foi humanamente anunciado nas televisões...
Ah, se fosse ao menos possível subtrair as dores
E descartá-las como vírus de uma álgebra humana,
Talvez somássemos sonhos e mais amores,
Talvez soubéssemos a cura dessa realidade insana !
Mas o que fazemos, no mundo digital ?
Somamos segredos e senhas virtuais,
Atravessando uma tela que, bem ou mal,
Torna-se um possível quadro do todos nós, mortais...
Enfim, a tecnologia, a sós, é uma ferramenta,
Com probabilidades infinitas de azar ou sorte,
No mar de dígitos que nosso raciocínio enfrenta
Ou nas dimensões que a alma agora nos comporte.