APOSENTAR
Por anos a fio não me pertenci;
era escravo das rotinas, do trabalho,
da família , dos amigos, enfim...
Não me dei conta que o tempo passou
e com ele desvaneceram as coisas que não vi.
Não percebi quantos por do sol deixei de ver
ou quantas primaveras se foram diante de mim.
Por estar sempre ocupado não vi meus filhos crescerem,
sequer pude acompanhar o desenvolvimento deles
que agora são homens formados e têm barba como eu.
Tantas noites de lua e estrelas eu perdi
absorto nos afazeres da vida profissional
que me tomavam parte da noite para realizar
pois que o tempo durante o dia era tão pouco.
O flamboyant que um dia plantei com meu filho no jardim
cresceu e ficou lindo como uma pintura de um quadro
e só agora pude ver como a natureza é tão bela!
Depois de tantos anos, enfim me aposentei.
E agora, o que fazer?
Tenho diante de mim todo o tempo do mundo,
agora que não preciso mais exercer a profissão
percebo um vazio que se abre à minha frente.
Olho-me no espelho e vejo rugas no rosto
e meus cabelos que começam a ficar prateados.
O tempo no entanto não pára de passar,
não quero ficar inerte enquanto o futuro se aproxima.
Não! Não quero ficar sentado em uma cadeira
com um controle de tv na mão ou cochilando,
tampouco quero ficar entregue a medicamentos
para controlar pressão, depressão ou outros males
inerentes a idade e a inatividade.
Quero descrever todos os nascer do sol
e o crescimento de flores do jardim
que eu puder assistir e testemunhar.
Descobri que escrevendo consigo expressar
aqueles pensamentos e idéias lindas que sempre tive.
Quero aproveitar meu tempo escrevendo
traduzindo o que de mais belo tenho dentro de mim
para que um dia quando meu ciclo acabar
que pelo menos alguém possa lembrar
lendo um texto meu e recordando o que um dia fui.
* Esta poesia está no livro "Mania de escrever" a ser lançado brevemente com poesias diversas. É proibida a cópia ou a reprodução sem a minha autorização. Visite o meu site: www.ramos.prosaeverso.net
Por anos a fio não me pertenci;
era escravo das rotinas, do trabalho,
da família , dos amigos, enfim...
Não me dei conta que o tempo passou
e com ele desvaneceram as coisas que não vi.
Não percebi quantos por do sol deixei de ver
ou quantas primaveras se foram diante de mim.
Por estar sempre ocupado não vi meus filhos crescerem,
sequer pude acompanhar o desenvolvimento deles
que agora são homens formados e têm barba como eu.
Tantas noites de lua e estrelas eu perdi
absorto nos afazeres da vida profissional
que me tomavam parte da noite para realizar
pois que o tempo durante o dia era tão pouco.
O flamboyant que um dia plantei com meu filho no jardim
cresceu e ficou lindo como uma pintura de um quadro
e só agora pude ver como a natureza é tão bela!
Depois de tantos anos, enfim me aposentei.
E agora, o que fazer?
Tenho diante de mim todo o tempo do mundo,
agora que não preciso mais exercer a profissão
percebo um vazio que se abre à minha frente.
Olho-me no espelho e vejo rugas no rosto
e meus cabelos que começam a ficar prateados.
O tempo no entanto não pára de passar,
não quero ficar inerte enquanto o futuro se aproxima.
Não! Não quero ficar sentado em uma cadeira
com um controle de tv na mão ou cochilando,
tampouco quero ficar entregue a medicamentos
para controlar pressão, depressão ou outros males
inerentes a idade e a inatividade.
Quero descrever todos os nascer do sol
e o crescimento de flores do jardim
que eu puder assistir e testemunhar.
Descobri que escrevendo consigo expressar
aqueles pensamentos e idéias lindas que sempre tive.
Quero aproveitar meu tempo escrevendo
traduzindo o que de mais belo tenho dentro de mim
para que um dia quando meu ciclo acabar
que pelo menos alguém possa lembrar
lendo um texto meu e recordando o que um dia fui.
* Esta poesia está no livro "Mania de escrever" a ser lançado brevemente com poesias diversas. É proibida a cópia ou a reprodução sem a minha autorização. Visite o meu site: www.ramos.prosaeverso.net