O PARAÍSO PERDIDO
Navegando sem rumo no vazio da ignorância,
nau errante, timoneiro em mares desconhecidos,
a busca do ancoradouro, utópica esperança.
Marinheiros incautos, visionários, perdidos.
Brumas ao amanhecer, terríveis procelas,
vento sul, gelado, mar encapelado, escuridão...
A turba enlouquecida vocifera : “homens arriar velas,
adentramos no tubo, olho do furacão.”
Navegantes dos sonhos, universo da poesia,
derradeiro recanto virgem do planeta,
habitado por magos em suas místicas alquimias.
Relicário de anjos, fadas, duendes e dragões,
solitários errantes, bruxos e profetas,
descobrem, pasmos, Atlântida naufragada,
festejada por espíritos alados, mágicas canções,
abrigo de deuses do Olímpo e sereias encantadas !
Netuno, vigilante ordena, e, fez-se calmaria,
natureza indômita, ora amainada, no amanhecer,
mística luminosidade, diáfana magia !
Um clarão, no fulgor da aurora, corpos ungidos,
Exaustos peregrinos, viandantes do novo alvorecer,
avistam, encantada ilha das quimeras,o paraíso perdido !
Piçarras / SC, 12 de abril de 2006.