Teu quarto
Aquela peça é cheia de enredos
Nada é mais sombrio, mais escuro
Do que as fronteiras do teu quarto
Cubo hermético de segredos
Caixa forte de todas as paixões
Pequeno espaço d´ampla ilusão
Das ocultas e reveladas verdades
Do sono impiedoso,do amor em vão
Estojo em veludo dos teus prazeres
Vestíbulo de descanso da sensata mão
Se faz cárcere silencioso dos rancores
Ou teatro (sem platéia) de fantoches
Luz de ator que recusa aplausos
Diminuto palco de uma vida
E das outras vidas que te fazem
Apenas mais um títere dentro dele