Testemunho

O Universo fez os poetas auscultadores dos segredos mais íntimos.

E o sonho perfila em gigantescos panteões de amargura.

No caminhar sobre as nevascas das invernadas dos desejos ínfimos

Suspiram vagalhões embuçados em caverna escura,

De um labirinto eflúvio transparecendo máscaras tinturadas de esperanças.

Atavio solar nublado sob as nuvens encrespadas de figuras lendárias

Povoam mentes entretidas em lamúrias espectrais atávicas.

Onde as rimas em versos melodiosos no estro do poeta tristonho?

Onde a inspiração sussurrada pelo canto angelical a clarear os cérebros enternecidos?

Andejam fadas nas areias espancadas pelas ondas marinhas.

Em procelas de desassossegos arrancam-se grilhões dos empedernidos

Agrilhoados às marés ritmadas pelas naus crepitantes luminescendo à noite.

Bem-vindas Musas desfilando em vapores renascidos

Em gáveas aninhadoras das águias nômades astrais.

As mãos, em ampla elevação evolutiva sem limites, recria uma nova estética:

No jardim de primores, os Arcanjos colhem os frutos da semeadura epopéica

Dos versos construídos pelo sangue dos Mártires transmutados em Luz.

A cristificação pertinente ao Drama Purificador em tudo e por todos reluz.

© Jaorish Gomes Teles da Silva

23 de maio de 2006.

Do livro QUIXOTESCÂNTICO

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Jaorish
Enviado por Jaorish em 30/12/2008
Código do texto: T1359056
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