Perséfone/ Core
O Rapto
No jardim, com as minhas criadas, eu corria entre flores, e brincava
no calor daquela tarde de janeiro, quando um cavalheiro ali chegou
e, bem ligeiro, com ele me levou - asseverando o quanto me amava.
...
Tive bastante medo...tive pavor porque, cedo, nós deixamos a Terra...
chegando do outro lado de manhã. Era Hades, daquele reino, Senhor.
Foi assim que me falou: "Agora Core, minha linda flor, coma a romã".
...
Ouvi minha mãe me chamar lá fora, mas fiquei com esse homem eterno,
poderoso...caloroso ...grande deus - que me transformou em sua amada,
e em dama mais que respeitada, no seu intenso, e denso reino interno.
...
Passando seis meses na Terra, ficava com saudades, triste e sozinha.
Passando os outros ali, no inferno, deixava a mãe, o castelo, as vinhas...
Mas, terno, deu-me o que desejei, e me coroou: Perséfone, a sua Rainha!
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Poema de Silvia Regina Costa Lima
26 de junho de 2008
PERSÉFONE
Perséfone é a donzela do Renascimento e da Regeneração identificada com a Lua, a Primavera, as Serpentes e o Mundo Subterrâneo.
Na Mitologia Grega, Perséfone ou Coré corresponde à deusa romana Proserpina ou Cora. Era filha de Zeus e da deusa Deméter, da agricultura, tendo nascido antes do casamento de seu pai com Hera.
Quando sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão. Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a levando-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.
Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Deméter, junto com Hermes, foi buscá-la no mundo dos mortos (ou segundo outras fontes, Zeus ordenou que Hades devolvesse a sua filha). Como entretanto Perséfone tinha comido algo ali (uma semente de Romã) concluiu-se que não tinha rejeitado inteiramente Hades.
Assim, estabeleceu-se um acordo, ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Coré, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. Este mito justifica o ciclo anual das colheitas.
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texto retirado da net e editado por mim
Escultura das fotos: O Rapto de Prosérpina ( escultura em mármore de Bernin, século XVIII, Roma, Galerie Borghése) - A deusa dos Infernos
A FORÇA DO DETALHE:
É notável o afundamento dos dedos de Plutão
na pele de Prosérpina, deixando literalmente
"palpável" tanto seu esforço para a fuga quanto
o empenho do deus em agarrá-la, causando esta
maravilha de nos fazer duvidar se é de pedra: