LUA

Linda e terna estrela luzente
Que doura a face do céu
Anjo inspirador de poesia
desnudando-a do feio véu
Transformando-a em seda,
Em brisa alada abençoada,
Que dão tom e cor ao papel

Sem amigos , és solitária
A fazer sonhar os amores
nada nunca te ofuscará,
nem o brilho de falsas flores,
que perfumam todo o salão,
e se escondem do teu clarão,
para não reconhecer penhores

Oh! Lua viva de vertigens, mil
Tua auréola intensa e brilhante,
Ilumina minha errante alma,
Ilumina todo o meu semblante,
Tesouro d’almas puras revelas,
lanças à luz de sombrias velas,
segredos de asas cintilantes

Raias e enches o céu de graça
Refletes toda a bondade eterna
Jorra de ti, tantos e gentis clarões
Puro quadro de arte moderna,
de pintor renomado e sublime
Que com pincel a alma imprime
com traços e cores tão ternas

Cândida lua de suave palidez
Que pensas quando no horizonte,
surges tão majestosa e linda ?
não desvendas tua doce fronte
manténs misteriosa e encantada,
tua face, em plena madrugada,
fazendo que a saudade aumente

Lua, belo e romântico astro
Luz da cidade , luz do sertão
Que com alvura e candura
Desfila só e emite intenso clarão
Dá a noite muitos encantos
Enxuga e consola os prantos
Brilhando forte na imensidão