Eu não me importo
Eu não me importo com o tempo que faz lá fora,
se faz frio ou se o sol está quente agora.
Eu não me importo com as notícias da TV,
das coisas que acontecem no mundo eu nem quero saber.
Eu não me importo se o dólar caiu ou subiu,
se a bolsa está em alta ou se o mercado financeiro sucumbiu.
Eu não me importo com a crise mundial,
se o Obama é pardo ou negro, cristão ou muçulmano, árabe ou ocidental, extremista ou liberal.
Eu não me importo se os valores morais estão em decadência,
se estão trocando o certo pelo errado em nome de uma falsa decência.
Eu não me importo se a tão falada igualdade social é teórica,
se transformam atitudes em fúteis e evasivas retóricas.
Eu não me importo se as leis favorecem o banditismo,
se a omissão dos legisladores transforma democracia em fascismo.
Eu não me importo se em dez anos as calotas polares estarão derretidas,
se os níveis oceânicos desaparecerão com balneários sem deixar pistas.
Eu não me importo se os detentos nos presídios não sentem fome e tem garantia de vida,
se milhares de miseráveis vivem o desafio diário de comer pra não morrer e se esquivarem de bala perdida.
Eu realmente não me importo...
Na verdade eu me transporto...
Pra uma transcendental realidade que faça de cada cabeça pensante um tribunal ambulante onde a sentença sempre é:
"Amarás o teu próximo como a ti mesmo!!!"
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Inspirada interação da poetisa "Main Unfloor", a minha querida amiga Maguinha:
Também me transporto
Para além dessa realidade pérfida
Para aquém desses valores mundanos
Me transporto para as nuvens
E faço chuva pra lavar as almas
Me transporto ao passado
E deixo por lá esse legado
Faço do castelo
Um lugar seguro
Fecho as janelas para o mundo
Onde nada possa me afligir
Fico por ali a espreitar
Imaginando como seria bom não se importar
Deixando de me importar momentaneamente
Me transporto, me resguardo
Como a parideira após o parto
Meu parto um fato relevante
Para que eu me transporte
Para além dessa sorte
E me deixe por lá relaxar
E por alguns minutos ou horas
Realmente não me importar.
Apenas viver a sanidade dos loucos poetas insanos.