Asas daMorte
Doce, a morte se desmancha ao longe,
transcende o mais profundo dos céus,
enxertando nas estrelas olhares breus,
chega misteriosamente da luz e foge,
a todos abala, por isto ninguém a quer
companheira; é ela o único passaporte
d’um peregrinar ao rumo que se quer,
rasgando Mistérios,vai ao reino celeste!
Provoca balbúrdia, em seguida acalma;
tranqüiliza todos que tem medo da vida
e que por ela se matam, reavendo su’alma
perfumada depois da viagem inesperada!
Oh Alma das Almas! Derrama o outono
das muitas delícias da natureza fraterna,
frondeja rosais no meu semeado destino.
Após fragilidades, suplico-te vida plena!
A morte silencia meigamente cada bulício,
exortando almas mediante ternos encantos,
florescendo no infinito dos Florescimentos,
libertas almas são flóreas fugidias do exílio!
Santos-SP-31/03/2006