Escravidão do Amor
Numa analogia cósmica estelar
Júpiter e Vênus na órbita lunar
Próximos! Amalgamados! Unidos!
Iluminados transcendem luzes
Demolindo imperfeições tornam-se atados
No cenário imaginário ficam transmutados
Escravos do amor e da paixão incontrolada
Foram alçados e ungidos pela eternidade
Saciados e embriagados de suaves ternuras
Compartilham segredos e doces loucuras
Nos mergulhos de um lago fundo interminável
Onde se vê uma profundidade inimaginável
Penetrante, sedutora, envolvente, cativante
Que os alucina e ao mesmo tempo fascina
Pela delicadeza harmônica e sinfônica
Escritas no pentagrama de almas gêmeas
Em chamas sopram notas musicais nos tímpanos
Que beijam sensíveis os ouvidos embevecidos
Dos esguios pescoços estonteantes perfumes
No bailado mágico de lábios colados em beijos
Bocas ardentes e soltas matam desejos
Pelo enlace dos abraços e das línguas
Profetizam versos em belas prosas e poesias
Com os corações algemados e entrelaçados
Cintilam magias pelo ar como purpurinas
São dois belos exemplares escravos da arte
Noites, dias... Estão entregues um ao outro
Habitam na masmorra os seus corpos nativos
Ciganos ajoelhados, agradecidos e devotados
Despem-se do manto sagrado em cima do altar
E em oferendas se oferecem sem as vestes
Onde de suas preces exala o cheiro da pureza
No ato supremo intenso do gozo metafísico
São seres puros! Transparentes! Inocentes!
Que levitam aos céus suas orações poéticas
Mostrando ao mundo o poder real do amor
Composto com um gosto orquestrado e declamado
Antes mesmo de o universo indivisível ser criado.
Hildebrando Menezes
Nota: Rabiscos esboçados para um provável dueto sonhado
e se de fato for concretizado, ali adiante, será aqui mesmo substituído.