Saturno
quando eu não mais vir
as estrelas claras no céu
de ontem ou de sempre
tampouco sentir o aroma
da Dama da Noite
a embriagar viventes
de pálidas tendências a tecer
encantamentos
é porque deixei de lado a melancolia
ardente
de meus lábios cerrados nos teus
e a teus pés
Saturno!
outra vez,
minhas células incensadas
não compartilham
a distância
da ausência de nós.
Mutações crescentes
de desejos cindidos
por vontade alheia de mim
(a dor só é minha sem o rubor da tua pele, meu olhar estremecido de vida)