Saturno

quando eu não mais vir

as estrelas claras no céu

de ontem ou de sempre

tampouco sentir o aroma

da Dama da Noite

a embriagar viventes

de pálidas tendências a tecer

encantamentos

é porque deixei de lado a melancolia

ardente

de meus lábios cerrados nos teus

e a teus pés

Saturno!

outra vez,

minhas células incensadas

não compartilham

a distância

da ausência de nós.

Mutações crescentes

de desejos cindidos

por vontade alheia de mim

(a dor só é minha sem o rubor da tua pele, meu olhar estremecido de vida)

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 22/11/2008
Código do texto: T1297419
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