UMA VIDA SERENA, ISENTA DE MISTÉRIOS
Gosto da velha e segura calma
Do que não sei
E em tempo algum saberei...
Dos remotos caminhos
Por onde nunca andei
E jamais, em vida, passarei
Dos sensoriais impulsos do instinto
Além do controle e da submissão
Surgindo, independente de mim
Adoro antigos deuses
Perdidos no túmulo do tempo
E a eles entrego-me em fé
Procuro palavras em dicionários
E as escolho, errático, pelos nomes...
Não por seus exatos significados
Creio nesta desconfiança de mim
Devoto-me ardentemente ao estéril
Quero ser mais um inocente útil...
Uma vida serena, isenta de mistérios
E eu inserido, sem cérebro, sem dor
“Zero”. O que realmente almejo...