Não fugirei – decifra-me ou te devoro (homenagem a poeta e amiga Jéssica Valim Amâncio, em gratidão ao comentário do texto “o que seremos”)
Não fugirei – decifra-me ou te devoro (homenagem a poeta e amiga Jéssica Valim Amâncio, em gratidão ao comentário do texto “o que seremos”)
Antes de escrever esses versos
Antes dos passos incertos
Contemplei a esfinge
E sua mensagem
Decifra-me ou te devoro
Ela estava em minha alma
Eu não queria matá-la
Não queria ser devorado
Resolvi decifrar o enigma
E fazer dormir o perseguidor
Sei que seria eterna a viagem
No deserto do espírito
Estava a esfinge
Seus dentes afiados
Buscavam verdade
Cheguei em frente a ela
E descobri coisas inimagináveis
Perguntei quantas devoradoras de homens
Erravam pelas mentes
Noturnas e cintilantes
Respondeu-me o enigma dos sete céus
Apenas uma. Sou eu
Estou em ti, você em mim
Estou em cada coração
Em cada mente
Não pode me matar
Pois teria de me decifrar por inteira
Mas não é possível
Pois todos os homens juntos
Teriam de fazê-lo
Mas não posso matar você
Nem sua alma
Nem teus sonhos
Pois esta em ti apenas uma parte
Fragmento de verdade
Não alcançará a verdade
Enquanto não se unir de corpo e alma
A todos os humanos
Plantas e animais
Pois estou aqui e você está ali
Entenda bem minhas palavras
Eu sou o enigma
Fique a vontade
Para decifrar seu eu
Uma parte minúscula de mim
Depois que eu voltei à tona
Ouvia a sinuosa voz do devorador de almas
Decifra-me ou te devoro
Decifra-me ou te devoro...