Cânticos da alma

Muitas vezes me ouço cantar canções inesperadas,

que choram lágrima triste, que riem risos sonoros,

conforme a minh’alma bendita em magias reveladas,

queira chorar, sorrir, pensar e abrir rumos puros!

Indago se a alguém encanta o cântico que ri e chora

d’alma viajante, que esbarrou em portas sombrias,

e lamentou frieza e indiferença nublarem seus dias,

em soluços soluçados viu dias e dias irem embora!

Canções apenas às almas audíveis as vão atraindo,

chamamentos e respostas florescem à peregrinação

musicada pelo maestro Pai supremo, derramando

um oceano de bênçãos do profundo do céu ao chão!

Vou cantando, minha alma no leme tristeza afasta,

pois bem a reconhece d’outras passagens sentidas,

melancolia aspecto sutil,não a realidade perfeita,

que glorifica dádivas humanas infindas recebidas!

Cantei em tantos jardins,canções não sei se minhas

ou se das deslumbrantes e perdidas flores risonhas,

pedaços meus se misturaram aos sorrisos e prantos

proporcionando a minha alma a leveza dos ventos!

Ao som da natureza acrescento meu canto brando,

e segredos imortais com meus olhos rasos d’água,

mas guardados pelo bem celestial risonho e mudo,

que me guia à região secreta que a fé perpetua!

Santos-SP-22/03/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 22/03/2006
Código do texto: T126616