Reencontro Eterno
Berço dos meus sonhos e do meu pranto
Só contigo consigo aliviar os lamentos
Em ti navego, na tua imensa sofreguidão
Por águas calmas ou turbulentas paixões
Adormecendo sob a perfeição do teu canto
Compondo versos com nexo ou ao inverso
Ninando-me docemente contra o teu peito
Numa ternura infinita que aquece o leito
Sensações atordoantes nos deixando viver
Momentos suplicantes de um pleno querer
Na imensidão da vida cheia de imperfeições
Trilhamos caminhos maviosos de emoções
Dessas eloquentes ilusões ainda por desfrutar
Mutantes ao sabor da doação do melhor amor
Além da solidão que quebra o louco padrão
Revolucionamos o pensamento na confecção
Evitando as lágrimas de um amor enterrado!
Para abrir todas as janelas de oportunidades
Sem dar bola a dor que faz lembrar o passado!
Redobrado empenho na força presente inspirada
Sem as agonias amargas que em sua nobre beleza
Tenta e escraviza a disposição causando estranheza
Invadindo a nossa alma com a fome da tristeza
Protegidos pelos deuses todos em suas sutilezas
Vimos quimeras despertarem variadas possibilidades
Contradizendo nossos corações com suas ambiguidades
Para logo desvendar e soltar à eterna e frágil saudade
Assim se fez e se faz a história visando à felicidade
Onde estremece o poder da divindade com a fraqueza
Do titubear na convicção de que o amor é a fortaleza
Sentimos o sofrimento acorrentado ao nosso peito
E pouco a pouco nos desvendamos desse sufoco
Para logo sentir a sensualidade do calor de um abraço
Que nos domina, fascina e abrevia diante dos cansaços
Cercando nosso corpo no mais perfeito de um afago
Clamando-nos ao culto do novo no seu mortal encanto
Prostrados rezamos aos céus pedindo a todos os santos
Que nos livre dos turbilhões e seus demais desencantos
Deixando-nos reféns amordaçados sem direito a resgate
Encontrando num adeus este mais sublime reencontro
Que já estava escrito nas estrelas este delicado momento
Lavrados os nossos corações com esses sentimentos
Cultivados com bravura e colhidos com real doçura
Toda ela imensa e intensa regada na paixão e no desejo
De dois seres que aprenderam a vencer dores e medos
Deixando insanidades dissipadas no feitiço de um beijo
Dado com ardor por duas bocas ávidas e sedentas
Querendo apagar de vez a saudade e de novo recordar
O que os faz trilhar como dois andarilhos a peregrinar
Pelo real valor do nosso amor lá dos seus primórdios
Onde habitava a pureza coberta de sublimes fascínios
Porque lá como cá sempre será como da primeira vez
Em que foi vivida e sentida a transcendência da paz
Retratada como grito das almas poéticas eternizadas
Nos reencontros eternos de duas vidas imortalizadas
Que se uniram em duetos mágicos para soltar o verbo.
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Dueto: Salomé & Hilde
Nota: Inspirado em Reencontro da Salomé
http://www.diariodepoesias.com/visualizar.php?idt=1252154
Obs: Dedico este dueto à poetisa Analúcia que gentilmente tem feito os fac similes de meus poemas vencedores em concursos para serem expostos no orkut.