MARGARIDAS PODRES.
Amanhece.
É primavera,
Perco a hora,
O metrô me espera.
Passo a vida
E germinando nela,
O anseio insalubre
De um gorduroso “hamburger”,
O passar esperto
Pelo escuro túnel.
Entardece,
É outubro,
Perco vida
Nos grafites dos muros,
E na televisão (porca visão),
E o mundo passando
Entre túneis horrendos,
Que passam estremecendo,
E esmagando as flores,
Dentre as mais belas,
As margaridas podres.
(D’Eu)