Sensorial sutileza
Para quê caminhos longos
se sem atalhos já sei o que enfim perdura?
Para quê trilhar árduos desertos
se a miragem mais bela é o meu coração que fulgura? ...
Pergunto aos céus e as estrelas me respondem :
“-- para onde vais? O que procuras?
Será o devaneio de uma noite escura?
Ou a calmaria que em teu peito há de nascer
quando desceres deste trono de lamurias
e enfim vieres me conhecer.
Se brilho tanto algum motivo há de ter,
nada é vão neste universo,
teus olhos reluzindo é que te peço,
até que absorvas a luz que te dedico enquanto me observas.
Já mereci versos,
conheço os pedidos dos reis e dos mendigos,
não é em vão porque brilho,
não é em vão que a toda noite te digo humildemente:
na beira do abismo há sempre
uma semente querendo chão,
querendo lua, para que a vida tua possa florescer,
não é em vão porque brilho,
sempre um grande motivo há de ter. “
...
Sinto quando sinto o universo
que passeia uma beleza inexplicável
é como olhar para o invisível e entender
a sutileza que não podemos compreender.
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