A VIAGEM, Poema

A VIAGEM

Não adianta ser longa a Viagem

Ou muito distante o último horizonte a ser atingido

Um dia sempre voltamos para nós mesmos

E descobrimos que estamos em casa

Onde tudo um dia começou.

Podemos morrer na tempestade em alto mar

No deserto atrás de uma borboleta de ouro

Mas quando desfalece o corpo o espírito se liberta

E achamo-nos novamente no mesmo lugar

Em que demos o primeiro choro, o primeiro passo.

Se você for céu, haverá céu nessa hora

S você for relâmpago, haverá muita chuva

O lugar de início será o mesmo lugar onde deixaremos de existir

Porque longe pode ser também um lugar dentro da gente.

Quando rompemos a placenta da barriga gestora

Fundamos ali um marco historial

O céu ou o inferno desenvolveremos a partir dali e de nós

E seremos depositados no mesmo lugar

Em que demos o primeiro passo na existência desse plano dimensional.

Na hora final todos os nossos momentos

Passarão com um filme rápido em nossa mente atiçada

E a nossa última lágrima de dor

Ou a nossa alegria de libertação

Então se fará ouvir como se o último passo fosse também o primeiro

Agora de resgate, ou do recomeço.

Seremos recolhidos para sermos pesados no espírito

A evolução, a conquista do mérito

Ou o aumento do débito terrestre

Depois seremos remarcados para o horror de termos que voltar

(Tudo de nosso, até o pleno aprendizado devido)

Ou libertos para sempre do inferno da terra onde o tempo é algoz.

A Viagem, portanto, é sempre dentro de nós.

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Silas Correa Leite – E-mail: poesilas@terra.com.br

Itararé, São Paulo, Brasil

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