Libertar-se
Abri meu coração, como um vagão
E os furacões que lá estavam
Dançavam, cantavam
Assobiavam e riam de mim
E o sopro do pulmão do mundo
Levou-me ao ser, ao eu
A outros Eus, aos seus
Onde a consciência é a pura luz
Onde a ferramenta não é essência
É só um machado a afiar
Onde gente, é um ser a iluminar
E quando o fôlego acabar
O furacão não mais perturbar
Andarei sobre as nuvens
Sem do chão, deixar de pisar
De mãos estendidas
Livrar-me-ia das ancoras
E nos trilhos que eu mesmo plantei
Quebraria as correntes
Que me prende ao pecado
Seguiria o vento, tão singelo
Quanto o sorriso de uma criança.