Libertar-se

Abri meu coração, como um vagão

E os furacões que lá estavam

Dançavam, cantavam

Assobiavam e riam de mim

E o sopro do pulmão do mundo

Levou-me ao ser, ao eu

A outros Eus, aos seus

Onde a consciência é a pura luz

Onde a ferramenta não é essência

É só um machado a afiar

Onde gente, é um ser a iluminar

E quando o fôlego acabar

O furacão não mais perturbar

Andarei sobre as nuvens

Sem do chão, deixar de pisar

De mãos estendidas

Livrar-me-ia das ancoras

E nos trilhos que eu mesmo plantei

Quebraria as correntes

Que me prende ao pecado

Seguiria o vento, tão singelo

Quanto o sorriso de uma criança.

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 08/10/2008
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