Encontro da Eternidade
Um perfeito dia para o nosso encontro
Tudo estava certo sem nenhuma anomalia
Nada de concreto no pensamento, mas...
Aquela estranha sensação que eu sentia
Havia no ar a sutil expectativa que fluía
Pelos pulsos acelerados em que se escondia
A vontade louca que o tempo não conseguira
Conter os ardentes desejos de abraçá-la
Tudo eu esperava… menos aquele olhar
Que me observou com infinita lentidão
Sem uma palavra... Querendo desvendar
O que eu não estava prestes a entregar
E senti aquele olhar sensual pousando
Como a despir-me a alma inquietando
Sem vestes fui aos poucos me entregando
Ao fascínio daqueles belos olhos profundos
Desviei meus olhos com o simples medo
Que pudesses descobrir o meu pensar
Sim! O meu corpo já ardia sob teu olhar
Que me observava... Ah! Doce carícia
No magnetismo eletrizante e comovente
Já entregue aos teus domínios excitantes
Tentei perscrutar teu misterioso pensamento
E fiquei em estado de total encantamento
Nossos olhos na mais perfeita sintonia
Falavam-se e se questionavam enquanto
Tudo o que mais queria nesse momento
Era simplesmente beijar essa tua boca
Percebi a sede dos teus lábios e teus beijos
Empatia e sinergia daquele olhar de desejo
Tentava esconder o que tanto almejo
Tomar, engolir, mergulhar inteiro em ti
Conversamos sobre tantas banalidades
Sobre o mundo e sobre as desigualdades
E eu! Sem deixar de seguir as tuas mãos
Se movendo sob a mesa com lentidão…
Você logo entendeu ao passar das horas
Que aquilo tudo era conversa jogada fora
Porque o que queríamos era ir logo embora
Para se perder e se encontrar nos enlaços
Quando chegou o momento da despedida
Abracei-te e tu me olhaste perguntando!
Perdida, sucumbi sob o incurável encanto
Sedução e desejo invadindo o meu corpo
Excitado as minhas pernas ficaram trêmulas
Com o contato mágico de tua pele perfumada
Meu coração foi quase à boca em disparada
Nada se compara ao que viria ao pé da escada
Emoção nua e crua no mais perfeito beijo
Acendendo o fogo num vulcão adormecido
Sangue vivo correndo como lava dilatada
Neste meu corpo que por ti se dilacerava
Estávamos febris e molinhos como embriagados
Num obsequioso ar de silêncio dos dois calados
Só se ouvia os ais dos suspirinhos apaixonados
Ah! Amor que noite deslumbrante vivi ao teu lado
O mais lindo dia para um inédito encontro
Na chama que ainda arde no meu coração
Nas saudades que guardo desse meu olhar
Que ainda hoje me causa suspiros e emoção
Não haveria como me negar em aqui fotografar
O que se deu naquele eterno encontro ao luar
Perfeita união: carne, alma e espírito e o mar
Emprestando à vida o pleno sentido de amar.
****
Dueto: Salomé & Hilde
Nota: Inspirado em ‘O primeiro encontro’ da Salomé
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/1210212