Entrelinhas
Quando se morrer
Pessoas transitarão por núcleos
Na sobreposição do poema
Que a vida escreve várias vezes
Enquanto na galáxia do múltiplo
Entoar a canção de nascer
Quando se morrer
Pessoas transitarão nas noites
Contando mil e uma histórias
Contarão biografias
Magias que se desprenderão das estrelas
Talvez, nas entrelinhas
Na repetição do imperfeito
Na garantia da dor
Para se perpetuar
Nas vozes doces do amor
Na construção da alma
Da vida de uma cidade
E o que acontecerá na cidade
Serão transformações imensas
Será o interpretante final
Na vida de cada um
Quando se morrer
Efeitos morais e físicos
Sem tragédias, sem dores
O sorriso chegará
Transformações...
Em BeloHorizonte, 21 de maio de 2005