Cais das Almas
Cais das Almas
Prata em preto dançando
num tapete turquesado,
a lu’alva na noite escura,
que de negra se fez pura,
risca o mar que sussurra,
e o longo caminho se faz
perene, banhado em paz!
Há silêncio e uma ponte,
almas vêm toda a parte,
sem ecos na escuridão,
aos passos na imensidão,
seguem felizes e divinas
pelo silêncio de eternas
almas na ponte, serenas!
Encontram-se as almas
na chegada,tão calmas,
ao cais sem deriva presente,
tal vela bem alva sorridente,
esplendorosamente puras,
sonhos sem fronteiras,
e nenhuma ansiedade
torturante as invade!
Atrás deixaram as dores,
mágoas, ruína, dissabores,
que o Pai misericordioso
banhou em amor imenso,
para a vida ter sentido,
na ponte há muita certeza
que a fé infinita diviniza!
Almas na ponte do amor
espargindo aroma de flor,
toda imensidão se estica,
porque o bulício se estanca
em momento de rara beleza,
onde cada pensamento é canção
na mais feliz e sublime oração!
Santos-SP-05/03/2006